Toti


 

O Che é minha relação mais pura e sincera. Só eu sei o quanto sinto saudade quando estou longe e como eu queria que tudo fosse diferente só para ter ele em todos meus dias. Acho que isso se traduz em amor. Por tudo e pelo tanto. Quando fiz minha última cirurgia a anestesista disse antes de eu dormir “pensa em algo bom e tranquilo” e o Che pulando em mim foi a última imagem que tive, provavelmente eu dormi sorrindo porque consegui pensar em cada detalhe da alegria dele.

Sempre tive uma relação ótima com cachorros. Quando eu ainda era um bebê, meus pais acordaram de madrugada e eu não estava no berço. O SUSTO! E onde eu estava? Dando todos meus brinquedos para os cachorros e essa talvez seja minha lembrança mais remota porque eu consigo me conectar ao sentimento de “eles estão lá fora sozinhos”. Eu não deveria ter muita consciência sobre o mundo, mas eu não queria que os cachorros ficassem tristes.

Eu cresci e a maioria das minhas lembranças são baseadas nos cachorros que estavam comigo na época. E ainda na adolescência eu assisti um filme chamado “procura-se um amor que goste de cachorros” e eu percebi que não era apenas um título, era como eu percebia as minhas relações (de qualquer tipo). Se não gosta de cães: não me serve. Não há toa que todos meus amigos são totalmente apaixonados por bichos (porque sim, bicho é coisa mais legal do universo, fora as aranhas).

E assim eu deixei o Che marcado na minha pele, para lembrar da minha essência, para lembrar de todo o amor que consigo sentir por um serzinho sem que precise receber nada em troca mas me doa pureza, vida e mais amor. Não é apenas uma tatuagem, é minha vida inteira.