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Toti

Minha turma de amigos parece um grupo de apoio porque é só gente psicologicamente transtornada, com problemas graves na família, gays, negros e pobres. Os privilegiados, tipo eu, são poucos.
Ah, e antes que me perguntem: sou hetero e tudo bem você TAMBÉM não acreditar, porque meus amigos mesmo não aceitam.
Essa semana sofri um assédio virtual, que me fez chorar, me fez tremer, me fez sentir culpa, mas no fim eu vi que é só a fragilidade de um macho escroto e hetero falando mais alto. Fato é que nunca tinha passado por situação que me deixou tão triste pela falta de respeito. A máxima que homem só respeita homem.
E aqui não vamos generalizar, ok? Eu tenho amigos maravilhosos que lutam contra o machismo e toda forma de opressão, que são pais de verdade e sabem que não merecem um selo de superpai porque estão apenas representando seus papéis: pais.
Homem que limpa casa, cuida dos filhos - principalmente da higiene - veste, troca fralda é apenas pai e pronto.
Mas voltamos aos escrotos, a fragilidade do homem hetero ao lidar com a rejeição, por exemplo, transforma ele na sua essência, um mau caráter, um ser ridículo e limitado, desrespeitoso e que não sabe lidar com mulher ou sentimentos.
E sei que isso é muito, mas muito comum.
Semana passada minha comadre, mãe do Pedro, veio ansiosa, nervosa e me perguntou:
- Tônia, eu não vou saber lidar se o Pedro for hetero! Meu deus, E SE O PEDRO FOR HETERO?
Eu ri, ri muito porque achei maravilhoso o questionamento. Aliás, pra muitos eu sei que é uma aberração, pra mim uma pergunta maravilhosa.
- Evelyn, se o Pedro for hetero, iremos criá-lo pra respeitar qualquer ser humano assim como a gente faz. Se perguntarem pra ele se ele é gay? Ele vai decidir na hora a resposta como mecanismo de defesa.
Devo deixar a observação aqui que a Evelyn quando me conheceu tinha certeza que eu era, NO MÍNIMO, bissexual, e somos basicamente melhores amigas, confiamos muito uma na outra. A pergunta dela mudou nadinha da minha segurança quanto minha orientação sexual. Até porque não foi a primeira vez e também não foi a última.
Um dos nossos primeiros abraços. Casal? Não!


Eu sou madrinha desse serzinho mas pós vacina do corona sair eu vou ser bem mais presente na vida dele. E se o Pedro for hetero a dinda vai mostrar que respeito é bom e todo mundo gosta, dinda vai mostrar que todo caminho a gente leva um coração à nossa frente. Se o Pedro for gay, a dinda vai ensinar que ele precisa ser ainda mais forte porque o ser humano é cruel, mas que ele vai ser feliz independente do que o mundo oferecer e dizer que ele não pode. Ah, porque ele pode tudo, sim!
A mamãe e a dinda vão estar sempre por ele, no que ele quiser, precisar e vier a ser.
Sabem, existe uma frase que é perfeita para esse desfecho: A DEMANDA DO MUNDO É AMAR.
E eu amo meu gurizinho Pedro. E ele vai amar acima das coisas.
Toti
Em 2019 eu me tornei dinda do Pedro. Quem me conhece sabe que eu amo crianças mas não tenho muito jeito com elas. 
Todo mundo diz que a Evelyn (mãe dele) foi muito corajosa em ter me chamado para madrinha e, sinceramente, eu não posso discordar mas... foi nesse dia que começou todo um rolê de MEUDEUS, EU AMO DEMAIS UM SERZINHO QUE EU NEM CONHEÇO AINDA.
Até o Pedro nasceu eu ainda achava que era brincadeira, mas né? Não foi. E lá estava ele.
E aos quatro meses dele quando desajeitadamente peguei no colo e quando ele não parava de me olhar eu já estava totalmente entregue.
2019 me deu o Pedro. 2019 eu me tornei dinda do Pedro. E em 2019 eu me tornei eternamente grata a isso porque ele é lindo, maravilhoso, saudável, inteligente, e fez de mim um monstro que quer protegê-lo pra todo o sempre.
Que em 2020 eu possa estar mais presente e nos próximos anos e por toda a vida dele. Eu não sei se vou conseguir livrar o Pedro de ser corinthiano, mas que ele não ache ruim ter uma dinda gremista tentando convertê-lo a um time do coração. Não sei se ele vai gostar de futebol, aliás. Eu ainda não sei nada, mas espero ser uma boa referência a ele.
2019 está indo embora e eu sei que nada muda se eu não mudar minhas perspectivas sobre as coisas que vivo e faço, que eu mesma que preciso ser diferente, mas eu consigo respirar aliviada pelo término desse ano. A chegada do Pedro foi uma das coisas mais legais que aconteceram na minha vida, então, é mais um motivo que fico feliz em ter sobrevivido ao caos.


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