Toti

2021 foi um ano bem conturbado pra mim porque eu me perdi totalmente de mim. Iniciei ele magra, cheia de convicções, com uma autoestima ok, com vários projetos profissionais e pessoais. Pela primeira vez na vida acompanhei um BBB com intuito de me alienar mesmo, e assistir vicia porque a gente se envolve e sente. É louco.

Mas depois do primeiro trimestre eu comecei a me perder, a engordar, a perder autoestima, a querer mudar os projetos e com medo de falhar novamente. Muita coisa aconteceu. Iniciei um relacionamento em que fui feliz na maior parte do tempo (mas pois é, também não passou por 2021). 

Eu fiquei maior parte do meu tempo tentando mudar a minha realidade e me perdi. Agora chega o final do ano, finalzinho mesmo. O recesso. E aí que parou para colocar na balança tudo que aconteceu. No frigir dos ovos, a culpa foi minha mesmo. Tinha planos que do nada estou tendo que me desfazer e isso é um tanto doloroso, mas precisa doer agora para me adaptar a nova realidade.

Essa madrugada fiquei sabendo do suicídio de um conhecido, o que me rendeu bastante questionamentos também. Não por mim, longe disso, mas por essa fragilidade da vida e das pessoas e da falta de responsabilidade emocional. E essa falta de responsabilidade é algo que carrego e me culpo, por isso as atitudes que tomei nos últimos dias.

Sei bem o que é sofrimento e não desejo pra ninguém, então, saber que alguém tá triste por minha causa é algo que me corrói de verdade. Nem sou tão religiosa, mas não há um dia que eu não deite na cama e faça uma oração por perdão, inclusive, para eu me perdoar. A gente erra tentando acertar, pelo menos comigo tem sido assim, mas só eu sei o quanto meus erros atingem as pessoas e isso me deixa péssima.

Precisei parar com esse ciclo vicioso de fazer pessoas infelizes porque isso reverbera em mim. Ou o contrário. Quando eu estou infeliz, desconto nos outros e os deixo tristes também. É inconsciente mas mesmo assim, minha culpa, eu sei. Minha meta pra 2022 é saber lidar comigo mesma e vou usar esse tempo de recesso para refletir mais, racionalizar minhas atitudes para evitá-las. Saber reconhecer quando estou sendo essa pessoa tóxica, para evitar que se repita.

Recesso representa tanta coisa. Pela primeira vez em meus 34 anos passarei o Natal sozinha. Não estou triste por isso, não! Mas é estranho ter que me adaptar aos planos que deram errado. E recomeçar é mais estranho ainda, de todas as formas. 

Hoje eu vou ao cinema sozinha e depois tenho terapia, ou seja, pra mim é um dia importante para recomeçar. E sei que é assim que tem que ser. 

Meu passado não pode ficar presente mais. Meu passado, mesmo que seja o ontem, precisa se manter no lugar dele. O que fica é a vontade de reconquistar minha força de antes, buscar dos meus sorrisos que perdi nesses meses. E seguir em frente. 

Hoje eu preciso urgentemente: Evoluir!