Toti

 A vida é feita de escolhas. As últimas que fiz tem me trazido para momentos que me enchem de esperança de dias melhores. Eu me sinto em paz.

Mas também sinto que aqui, neste blog, já não é mais o meu lugar. E é sobre isso.

Todos os textos que escrevi aqui foram "vomitados". Eram coisas que não cabiam mais em mim e eu coloquei em palavras os sentimentos, independentemente do sentido que tivesse. E essa era a parte boa: sem explicações, sem medo, sem nada. O que mudou um pouquinho, ao meu ver e, por isso, já não vale mais a pena continuar aqui.

Este é meu último texto. É um adeus que faço de coração livre. Eu sempre gostei da liberdade e a partir de um momento que ela não faz sentido, eu me mudo tal qual um pássaro voa pra longe do ninho. Nunca tive problemas pra sair de qualquer lugar, com mudança, com zona de conforto. Eu simplesmente vou pra viver novas histórias, com novas pessoas, comigo mesma, com meus convivas, mas sempre para novos ares.

Atualmente meu processo está sendo de auto-cura, e entendo o quanto eu errei em cada palavra que proferi respondendo muito mais sobre as reações que as pessoas me causavam do que com o que realmente penso sobre elas. Eu parto de um princípio em que todo mundo é bom. Tenho essa fé na humanidade, mas faz pouco sentido quando eu me torno uma pessoa cruel, sem motivos aparentes. E eu odeio essa versão minha e ódio não é algo que eu goste de sentir, não me é um lugar tranquilo.

Por isso estou nesse processo de cura de sentimentos. Pela primeira vez na vida, por exemplo, o fato de 'ter um filho' não foi uma ideia assustadora porque só eu sei os pânicos que já passei por conta desse pensamento. Eu entendi a formação do caráter e que, sim, eu tenho traços maquiavélicos/psicopáticos, mas que isso toda pessoa tem, toda! E isso não faz de mim um ser humano ruim mas entender esse meu lado que pode fazer mal a alguém é algo alentador, porque posso ME perdoar por isso (ok, ainda tá acontecendo) mas já não importa se os outros vão me perdoar.

Assumir as responsabilidades e seguir a partir disso. Aliás, sempre trocar "culpa" por "responsabilidade" é algo que estou aprendendo. Eu sei que posso ser tóxica, posso ser muita coisa ruim, mas também tem um lado muito bom meu, que uso coração pra tudo e que gosto dele. Viver essa dualidade é o que nos faz humanos e a ascensão acontece quando a gente se conecta com o lado bom. 

Então é isso. Eu vou seguir aprendendo, estudando, buscando ajuda e ajudando. Fazer o que acredito ser bom pra mim, respeitar os limites meus e dos outros. E por tudo isso é que paro por aqui.

Tá na hora de trocar o "disco" e tirar a vida pra dançar porque já to bem cansada de viver o morno. Passei por coisas demais e eu sei que sou intensa em tudo (no amor e na raiva) e as coisas exigem que a gente pondere mais. Mas eu nunca, nunca, nunca vou deixar de querer sentir tudo.

É por isso que vou seguir porque tô pronta para histórias incríveis, para novas pessoas, estou aberta pra vida e declaro: ple ni tu de.


Adeus! <3

Toti


 

O Che é minha relação mais pura e sincera. Só eu sei o quanto sinto saudade quando estou longe e como eu queria que tudo fosse diferente só para ter ele em todos meus dias. Acho que isso se traduz em amor. Por tudo e pelo tanto. Quando fiz minha última cirurgia a anestesista disse antes de eu dormir “pensa em algo bom e tranquilo” e o Che pulando em mim foi a última imagem que tive, provavelmente eu dormi sorrindo porque consegui pensar em cada detalhe da alegria dele.

Sempre tive uma relação ótima com cachorros. Quando eu ainda era um bebê, meus pais acordaram de madrugada e eu não estava no berço. O SUSTO! E onde eu estava? Dando todos meus brinquedos para os cachorros e essa talvez seja minha lembrança mais remota porque eu consigo me conectar ao sentimento de “eles estão lá fora sozinhos”. Eu não deveria ter muita consciência sobre o mundo, mas eu não queria que os cachorros ficassem tristes.

Eu cresci e a maioria das minhas lembranças são baseadas nos cachorros que estavam comigo na época. E ainda na adolescência eu assisti um filme chamado “procura-se um amor que goste de cachorros” e eu percebi que não era apenas um título, era como eu percebia as minhas relações (de qualquer tipo). Se não gosta de cães: não me serve. Não há toa que todos meus amigos são totalmente apaixonados por bichos (porque sim, bicho é coisa mais legal do universo, fora as aranhas).

E assim eu deixei o Che marcado na minha pele, para lembrar da minha essência, para lembrar de todo o amor que consigo sentir por um serzinho sem que precise receber nada em troca mas me doa pureza, vida e mais amor. Não é apenas uma tatuagem, é minha vida inteira.

Toti

 Li uma reflexão de Charlie Barkley que diz "tão feliz e a escrita definhando. Por que é que é mais fácil dizer, quando sangra?" e pra mim fez todo o sentido.

Há alguns dias soltei no instagram uma reflexão sobre "sentir o limbo". Por que eu não estava triste, estou com saúde, não tenho que superar nada, nem alguém porque estou muito bem com todos os acontecimentos da minha vida. Mas eu também não sentia alegria. Nada me fazia sentido e eu não encontrava motivação em nada.

E dali, algumas pessoas do meu passado foram surgindo falando de terem saudades das coisas que eu escrevia, recebi vários elogios legais e, inclusive, de fazer parte de um livro. Eu reclinei dos convites porque faz um bom tempo que não escrevo nada e eu não consigo sequer pensar em algo pra escrever. E o porquê disso? Porque não dói. Justamente porque eu não tenho nada ardendo em mim para que eu precise transformar em palavras. Eu não escrevo somente coisas minhas quando escrevo, mas o impulso é sempre uma dor.

E não dói.

E isso é motivo para ser grata, logicamente. E a partir do momento que eu disse todos os nãos necessários, minha vida deu uma guinada que eu to até agora sem saber de que lado vem o vento. Eu to muito feliz. Eu tenho uma motivação. Eu tenho um propósito. Esse propósito que busquei durante minha vida toda, que chorei dias e dias a fio, que a falta dele fazia eu acreditar que minha existência era desnecessária.

E nada disso tem a ver com escrever para ter leitores. Nem com escrita. Nem com absolutamente nada. Minha dor parou de doer, tudo o que sangrava foi estancado porque eu precisava me abrir para esse infinito de possibilidades de coisas realmente incríveis pra mim. Hoje eu tenho um propósito que vem diretamente da minha alma e eu não preciso mais falar pra ninguém.

Isso tudo tem me mudado de formas profundas. Eu to mais alegre. Eu tenho brilho nos olhos e isso tem me feito estar diariamente emocionada com tanto. E aí eu fui pra terapaia porque não sou nem louca de estragar esse momento.

Tudo fez ainda mais sentido, eu to com ideias borbulhando em mim. Eu me desprendi de muita coisa, desbloqueei gente, soltei para o universo porque nada mais cabe em mim e na minha vida. Todos que passaram, cumpriram uma missão especial na minha vida e me fizeram ser quem sou, mas agora é hora de ir para frente. 

Hoje mesmo vou fazer uma tatuagem que tem um significado enorme pra mim, sobre o que me importa, sobre o que fica, sobre quem não vai. E é sobre o meu cachorro. Ele me faz ver o lado bom, sem ele eu teria enlouquecido em outros momentos da vida e só eu sei a alegria que dá toda vez que o vejo, mesmo que por foto. E é por toda essa alegria que vou deixar na minha pele a marca do maior amor que tenho na vida, não só pelo Che, mas por doguinhos em geral. Ele simboliza isso tudo.

Sabem, num termino de alguma relação que tive na vida, a última coisa a mim enviada foi uma foto de um dog por qual tenho bastante estima. Eu senti como uma chantagem emocional porque foi o exato momento que a pessoa me excluiu da vida dela. Não penso muito nisso mas eu achei de uma baixeza incrível e se já estava difícil admirar, foi aí que também se for o respeito. E eu tinha respeito pelo quanto a pessoa me fez bem enquanto esteve por perto, quando eu já me encontrava infeliz. Mas seja qual for o intuito que a pessoa usou o dog, não atingiu o esperado e criou um bloqueio que até então não existia.

Não há odio, raiva, nada ruim, mas agora também não há mais nada bom. E eu to em outra fase da vida que já não faço esforço algum pra manter vínculos. Como falei no texto anterior aqui, eu sei muito bem o que passei sozinha, então sequer me acho egoísta. Tá tudo bem, o que era de minha responsabilidade, eu fiz. Agora não carrego mais nada sobre como as pessoas se sentem sobre mim.

Mas são os doguinhos que não deixam eu me esquecer da minha essência e que facilmente estancam minhas dores. E vou deixar isso como marca da minha nova fase porque não há mais nada sobre o passado que eu queira escrever, registrar, deixar na história. 

Faz mais sentido o que sou agora e quem quero me tornar.

s2 demorei muito pra chegar aqui, agora é sustentar s2

Toti


 Vocês têm noção de tudo que você já superou na vida?

Eu nem sempre tenho essa ideia, só sei que hoje eu tô melhor do que eu estava, mas coisas como li hoje me fazem ver que superei coisa pra caramba. 

Em 2019 eu estava em depressão e eu não queria falar isso para ninguém e foi uma época que muita gente se afastou de mim. Não tô julgando, de repente era difícil lidar comigo na época. Ou também, tive o livramento de pessoas pouco empáticas. Eu não falava abertamente que estava com depressão, inclusive. Mas eu sei que minha conversa era um tanto mais melancólica. E eu não queria preocupar ninguém, principalmente minha família, porque eu moro longe e não queria que ficassem preocupados. Isso ia piorar minha situação e talvez eles quisessem tomar algumas decisões que eu não tinha energia pra viver.

Eu estive sozinha também porque acreditei que tinha forças pra passar por tudo aquilo, mas não foi nada fácil. Nada. A falta de energia pra viver me consumia de uma forma que eu sequer consigo explicar hoje. Eu recusava todos os convites e no meio de tudo também vi muita gente que eu amava sendo escrota com outras. Me faltou fé na humanidade e eu já não tinha mais onde me apegar. Descobrir que no fundo do poço tem um alçapão não foi fácil. E eu também tinha crises horríveis de dor por conta da fibromialgia e isso me fazia chorar muito. Eu chorava de dor enquanto estava acordada. Me dopava pra não sentir dor (física e emocional). 

Não sei exatamente quando foi a virada de chave, as crises de ansiedade só passaram 1 ano depois, em 2020, depois de uma noite bem escura pós meu aniversário, totalmente sozinha, dessa vez sem o Grêmio como tinha feito um ano antes. Mas eu tive que mover um mundo inteiro pra sair do poço e ver luz de novo. 

E eu tenho muito orgulho disso.

O que veio depois disso foi alguém muito mais segura sobre si mesma. Não que eu tenha uma autoestima elevada porque não é o caso, mas eu me priorizei de uma forma que julgo correta porque eu vivi só, eu passei por tudo sozinha, e eu consegui sair sozinha. E não tô dizendo que não tenho ninguém por mim, pelo contrário, mas as ocasiões assim se fizeram. E eu superei.

Por isso hoje eu não me importo se os outros acham minhas atitudes egoístas, se alguém fica triste quando me priorizo se eu sei que tomei as atitudes corretas. Pensem de mim o que quiserem, sabe? Porque ninguém viveu aquelas dores comigo. Ninguém. Nem quem estava na vida e nem quem veio depois. E quem veio depois pode se dizer em não ter culpa do que passei, mas aí é que tá, eu jamais vou me permitir voltar para aquele lugar enquanto eu estiver consciente de minhas tristezas. Eu vou remediar muito antes de dar um passo pra trás porque eu respeito o que sinto.

E eu to falando de apenas uma fase que me ensinou bastante, mas eu vivi muito mais do que isso. Então, não me peçam para ser muito diferente porque eu não vou regredir. Estagnar já é difícil, regredir não está nos planos, não foi pra isso que nasci.

É isso. 

Toti

 Acho essa palavra forte mas o suficiente pra traduzir o que acontece comigo, às vezes.

Eu to numa fase muito ok comigo mesma, plena. Eu sinto paz no meu coração porque eu sei que tomei as decisões certas. AS DECISÕES. Desde dezembro/2021 eu mudei muita coisa em mim, relacionamento, profissional, amizades. E isso, no passar dos dias tem me ajudado. Eu precisei - e ainda preciso - usar bastante do auto perdão porque quando penso nas coisas que fiz, nas palavras que disse, tudo me dói. Como pode eu ter me transformado em um alguém tão ruim? Eu não sou assim.

Tanta gente, sabe? Amargura! 

Então, agora eu tô bem.  Ontem fiquei olhando umas postagens antigas e vejo que nada mais daquilo faz parte de mim: ansiedade, tristeza, dor de amor, amigos falsos, nada. Hoje eu olho as postagens que vem de sugestão e nada se aplica a minha vida, o que de certa forma é bom, mas eu me sinto perdida sem ter o que sentir. Eu tomei um remédio que me deixou bem apática sobre tudo há uns meses e agora que parei de tomar eu consigo sentir, pelo menos voltar a ter carinho com as pessoas e coisas, mas existe um vazio em mim que realmente me deixa perdida.

E aí eu desmorono.

Eu fico chateada, sem vibe pra nada, mas não é uma tristeza profunda, é só uma bad como se fosse um sentimento infantil da criança que não ganhou o brinquedo que queria. Esse é o único sentimento que consigo identificar em mim. 

Se eu analisar o tanto de sentimentos que eu carreguei durante tantos anos, o que eu deveria sentir era alívio em nada mais participar da minha vida e em eu ter superado tanta coisa, mas não. Não é esse o sentimento que tem em mim. Bom, logicamente fico bem aliviada de não trazer mais tanto peso e pretendo nunca mais sentir tudo aquilo mas não estou completamente plena pra me considerar feliz.

E eu não faço ideia o que me falta pra eu sentir isso. 

Toti

Sou a favor de recomeços. Sou a favor de mudanças. O que não dá e pra aceitar a infelicidade como uma condenação como se uma escolha errada do passado fosse um crime. Se existe um novo dia, há sim uma possiblidade de fazer diferente e, veja, eu sequer to dizendo que vai dar certo (HAHAQHHA) mas o que não dá é pra viver uma vida pensando "e se eu tivesse tentado". Pior que morrer é carregar um cemitério na mente.

Viver é um eterno tentar e remendar.
Toti

 Eu tenho pessoas sensacionais na vida, eu sei.

Ontem tuitei que eu mesma tenho que mudar minha vibe. Hoje acordei com uma amiga mandando um video no instagram com meu tweet e ao fundo estava ela fazendo caretas pra me fazer rir. E eu ri. E chamei ela de palhaça. São pequenas grandes ações que mudam a vibe da gente mesmo. Como não ser grata por ter pessoas assim na vida?

Poxa, eu tenho os melhores de todos os lados.

Se eu for analisar, eu to rindo o tempo todo por algum motivo eu só, simplesmente, não dou bola porque é algo normal. (!!!!!!!!!!!). Pois é. Todo santo dia tem um idiota (no bom sentido) de um familiar ou amigo fazendo uma asneira que me faz rir. Ou eu mesma.

E é só prestar atenção e mudar a vibe. E pronto. Vários momentos felizes faz disso um dia feliz, não é? Por que eu tenho que dar tanta atenção para o que é ruim? Por exemplo, meu celular não rolou de ser arrumado e não sei como vai ficar pronto, não sei se vou ter a grana, não sei como vai ser. Mas ok, eu tenho um celular provisório e to conseguindo trabalhar e fazer o que posso pra seguir a vida mas eu tava bem chateada com a história do celular porque esse celular provisório dura 1h a bateria, eu tenho que ficar pegando o carregador do meu pai e é todo um transtorno.

Mas entre pesos e medidas, é melhor eu ter um celular mesmo que capenga ou não? Né? Eu acho que estrago meu dia muito fácil. Tudo bem que eu preciso trabalhar com celular, mas não é o fim do mundo. Tudo bem que não preciso ficar nessa de Poliana e jogo do contente, mas não tá tudo tão ruim assim pra chorar pelos cantos. Eu sinto uma paz tão grande dentro de mim que reclamar seria covardia.

A paz é porque em 2019 eu lembro que eu fiz um pacto comigo mesma. Eu lembro que eu não tava no meu peso ideal, eu tava sozinha no meu apartamento, era um dia frio, eu tinha feito gin, meus pais queriam que eu voltasse a morar na casa deles, fazia muito tempo que eu não me envolvia com ninguém. Eu lembro que falei um negócio pra mim mesma e hoje eu consegui acessar aquele mesmo sentimento. E é aquela plenitude que voltei a sentir. 2019 Foi um ano curioso.

Mesma curiosidade que tô para 2022.

Isso é bom!

Toti

 Tem sido dias estranhos. Bons, mas estranhos.

Na maior parte do tempo eu tenho medo das coisas e fico me consolando pra não ter, pra não atrair coisas ruins, fico com os ensinamentos do William Sanchez na cabeça e tento relaxar. E vejo vídeos que me fazem pensar em nada, falo com pessoas que me fazem rir, vou pra academia, brinco com meu cachorro, mas é isso. Toda vez que tento planejar meu futuro, eu penso que to recomeçando e o medo volta.

Recomeçando minha vida profissional mesmo. Eu encerrei todos meus ciclos em dezembro, todos meus projetos foram finalizados e eu não trouxe nada para 2022. Eu penei muito em 2021 e acabei que fechei os ciclos mas agora preciso recomeçar e eu não to sabendo por onde e isso significa que eu to zerada de todas as formas, to sozinha, sem recursos, sem ter pra onde correr e isso me assombra.

Eu vou ter que puxar um freio e viver numa caverna assim que voltar pra casa e vai ser bem, bem complicado mas eu sei que isso vai me fazer forte. Eu sei que eu vou dar um jeito. Eu sei que eu vou vencer tudo isso e que apenas não to vendo o horizonte.  

Ontem eu quebrei meu celular. FELIZ 2022. Isso não é uma tragédia, vamos lá! Não chorei (pois drama queen), não fiquei com raiva, mas perdi vários documentos importantes de clientes porque meu backup salvou as coisas até o dia 2/01. Eu peguei um celular antigo pra tentar agilizar as coisas, mas sincronizei tudo no meu e-mail de trabalho que é novo, minhas coisas pessoais e contatos do whatsapp estão tudo em um e-mail antigo, então faz 2 dias que estou incomunicável mas acho que tem sido bom.

Fora isso, meu pai tá com gripe. Nunca vi ele faltar trabalho na vida e hoje faltou. 30 anos e não vi então é sinal que está ruim de verdade. Isso me preocupa. Minha mãe está viajando e não devo deixar ela preocupada, nunca sai de casa. A faxineira que nunca falta, faltou. E eu que vim pra tirar férias estou trabalhando. Ainda bem porque trabalho nunca quero que me falte. Sobra menos tempo pra pensar em bobagem. Só que não tem sido tempos fáceis, né? Não tem!

Só que não to reclamando de forma alguma, de nada. Eu to cheia de esperança, no fundo do meu coração. Eu fico lembrando do início de 2021 de quando eu tava magra, assistindo BBB pela primeira vez na vida e também descobrindo a jurupinga . Eu tava muito feliz no início de 2021 porque eu tava de boa comigo mesma, não sei o porquê me deixei me perder tanto e porque engordei tanto e porque me eu aceitei viver o que não pretendia. Ok, foram experiências, mas eu deveria ter me ouvido desde o início.

Quero meus planos de volta e to refazendo um a um novamente. Vai ficar tudo bem, eu sei. Aliás, já está. Eu dei grandes passos nos últimos tempos, inegavelmente.

Sabe valores? Eu tenho os meus. Sou aquela pessoa que pode ficar horas na frente do celular, mas eu não me importo com likes. Aliás, é um incomodo (sempre foi, since 2005) a quantidade de pessoas que conheço e que me fazem bem. Eu não me importo se estou só, aliás, eu sempre estou só mesmo ao redor de 1000 pessoas e isso eu nunca vou explicar. Eu não busco fama porque eu sei o que passei em 2009 na minha fase blogueirinha. E quando tive uma relação tóxica com um 'famosinho'. Meus valores são comigo mesma e eu com meu celular (black mirror que me perdoe) somos uma boa dupla. Eu consigo um conhecimento que me faz ir além. Tanto me falaram de inteligência, tão pouca prova tive na vida sobre isso. Tão pouco senso de vida. Tão pouco 'tirocíneo'. Tão pouco encantamento.

Tem coisas que só eu tenho comigo mesma e é por isso que a vida eu só posso levar comigo. 

Vamos de 2022, mancando mas em frente. 


Toti

2021 foi um ano bem conturbado pra mim porque eu me perdi totalmente de mim. Iniciei ele magra, cheia de convicções, com uma autoestima ok, com vários projetos profissionais e pessoais. Pela primeira vez na vida acompanhei um BBB com intuito de me alienar mesmo, e assistir vicia porque a gente se envolve e sente. É louco.

Mas depois do primeiro trimestre eu comecei a me perder, a engordar, a perder autoestima, a querer mudar os projetos e com medo de falhar novamente. Muita coisa aconteceu. Iniciei um relacionamento em que fui feliz na maior parte do tempo (mas pois é, também não passou por 2021). 

Eu fiquei maior parte do meu tempo tentando mudar a minha realidade e me perdi. Agora chega o final do ano, finalzinho mesmo. O recesso. E aí que parou para colocar na balança tudo que aconteceu. No frigir dos ovos, a culpa foi minha mesmo. Tinha planos que do nada estou tendo que me desfazer e isso é um tanto doloroso, mas precisa doer agora para me adaptar a nova realidade.

Essa madrugada fiquei sabendo do suicídio de um conhecido, o que me rendeu bastante questionamentos também. Não por mim, longe disso, mas por essa fragilidade da vida e das pessoas e da falta de responsabilidade emocional. E essa falta de responsabilidade é algo que carrego e me culpo, por isso as atitudes que tomei nos últimos dias.

Sei bem o que é sofrimento e não desejo pra ninguém, então, saber que alguém tá triste por minha causa é algo que me corrói de verdade. Nem sou tão religiosa, mas não há um dia que eu não deite na cama e faça uma oração por perdão, inclusive, para eu me perdoar. A gente erra tentando acertar, pelo menos comigo tem sido assim, mas só eu sei o quanto meus erros atingem as pessoas e isso me deixa péssima.

Precisei parar com esse ciclo vicioso de fazer pessoas infelizes porque isso reverbera em mim. Ou o contrário. Quando eu estou infeliz, desconto nos outros e os deixo tristes também. É inconsciente mas mesmo assim, minha culpa, eu sei. Minha meta pra 2022 é saber lidar comigo mesma e vou usar esse tempo de recesso para refletir mais, racionalizar minhas atitudes para evitá-las. Saber reconhecer quando estou sendo essa pessoa tóxica, para evitar que se repita.

Recesso representa tanta coisa. Pela primeira vez em meus 34 anos passarei o Natal sozinha. Não estou triste por isso, não! Mas é estranho ter que me adaptar aos planos que deram errado. E recomeçar é mais estranho ainda, de todas as formas. 

Hoje eu vou ao cinema sozinha e depois tenho terapia, ou seja, pra mim é um dia importante para recomeçar. E sei que é assim que tem que ser. 

Meu passado não pode ficar presente mais. Meu passado, mesmo que seja o ontem, precisa se manter no lugar dele. O que fica é a vontade de reconquistar minha força de antes, buscar dos meus sorrisos que perdi nesses meses. E seguir em frente. 

Hoje eu preciso urgentemente: Evoluir!

Toti

 Eu me sinto triste hoje e pelos motivos errados. 

Fui dormir às 2h e acordei às 5h. Agora são 6h e fiquei essa última hora pensando nos acontecimentos da minha vida, coisa que não fiz ontem quando as coisas todas aconteceram.

Todo término de relação exige que a gente viva o luto. E vou fazer isso buscando a melhor forma pra mim: analisar meus erros, tentar me perdoar porque a culpa que sinto é grande, e seguir. A vida sempre segue, não é mesmo?

É, sim!

E eu tenho que estar preparada porque vem saudade, vem carência, vem arrependimento e eu tenho que lembrar que fiz a coisa certa. A coisa mais difícil mas a certa. 

É horrível perder pessoas mas é também horrível ver que a tua infelicidade se reflete de uma forma incontrolável nas relações ao ponto que aí são duas pessoas infelizes. A gente precisa ter o mínimo de responsabilidade emocional e se eu não havia tido até agora, tive que ter. E dói. Sinceridade dói, mas também preciso ter responsabilidade comigo e eu preciso estar só para me encontrar.

Meu motivo sempre será a saúde mental. 

E eu lamento tanto por coisas que fiz. Mas tem tantas outras que são interpretadas tão erroneamente e só agora consigo perceber. Não é justo que eu seja tão má com as pessoas e fique por isso mesmo.

E é tão inconsciente. Minha infelicidade comigo vira um chicote com os outros. 

Mas ainda preciso pensar que fiz a coisa certa enquanto há carinho, respeito e entre tantos sentimentos bons entre a gente. É isso que vai me dar paz no futuro.

Porque agora eu preciso me encontrar comigo mesma, buscar os motivos pra seguir em frente. Pra levantar da cama. Preciso encontrar meu entusiasmo que há tanto tempo perdi. Preciso entender que me priorizar não é egoísmo e parar de sentir culpa. 

Tudo é um processo, eu sei. E vou ter paciência comigo dessa vez e viver cada sentimento que passar pelo coração, acolher, entender pra poder seguir. Nada pode passar em branco porque nada do que vivi foi em vão.

Sou muito grata por esse ciclo que vivi, apesar da minha atual infelicidade, fui feliz e guardo boas lembranças no coração. 

E eu ando com a autoestima tão ferrada que não existem mais sequer fotos minhas nas minhas redes sociais sendo que eu tinha um propósito de postar 1 por semana pra entender minha própria auto-aceitação e não tenho mais coragem disso. Foi mais um motivo. Como pode eu me odiar tanto e me sabotar e fazer uma pessoa pensar que não é amada? Já não havia fotos nossas pelo mesmo motivo e como eu não pensei que isso acabou por desencadear pensamentos tão tristes de falta de amor?

Bom, de certa forma foi a falta de amor-próprio.

Preciso urgentemente me recuperar e eu preciso urgentemente estar inteira pra mim. 

E que assim seja!